A decisão de pautar o julgamento segue um despacho do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, que liberou o processo para apreciação e solicitou sua inclusão em sessão presencial
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, agendou para o dia 25 de março, às 9h30, o julgamento da denĂșncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no caso que investiga uma suposta trama golpista para anular as eleições de 2022. Entre os crimes imputados ao ex-mandatĂĄrio e a outros denunciados estão liderança de organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado DemocrĂĄtico de Direito, golpe de Estado, dano contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
A decisão de pautar o julgamento segue um despacho do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, que liberou o processo para apreciação e solicitou sua inclusão em sessão presencial. O julgamento foi dividido em trĂȘs etapas: duas no dia 25, às 9h30 e às 14h, e uma no dia 26, às 9h30. Entre os acusados do chamado "NĂșcleo 1" da denĂșncia estão, alĂ©m de Bolsonaro, Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Mauro Cid, Paulo SĂ©rgio Nogueira, Augusto Heleno e Braga Netto.
A Procuradoria-Geral da RepĂșblica (PGR) reforçou a denĂșncia após a apresentação das defesas dos envolvidos. O procurador-geral da RepĂșblica, Paulo Gonet, argumentou que a acusação descreve de maneira detalhada os fatos delituosos e suas circunstâncias, sustentando que a fase do recebimento da denĂșncia não exige julgamento definitivo, mas apenas uma anĂĄlise preliminar da viabilidade da acusação. Ao todo, a PGR fatiou a denĂșncia em trĂȘs nĂșcleos, envolvendo um total de 34 denunciados.
As defesas dos acusados contestaram a denĂșncia, incluindo um pedido de anulação do acordo de delação premiada do ex-ajudante de ordens da PresidĂȘncia, Mauro Cid. Os advogados de Bolsonaro alegam que a delação foi realizada sob pressão e cerceamento do direito de defesa. No entanto, a PGR rebateu os argumentos, afirmando que Cid esteve sempre acompanhado de seus advogados e que não hĂĄ fato novo que justifique a anulação do acordo, reforçando que o próprio delator reafirmou a voluntariedade da colaboração.
O julgamento serĂĄ conduzido por um colegiado formado pelos ministros Cristiano Zanin, CĂĄrmen LĂșcia, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e FlĂĄvio Dino. Caso a denĂșncia seja aceita, Bolsonaro e os demais acusados se tornarão rĂ©us e o processo seguirĂĄ para a fase de instrução, com coleta de provas e depoimentos antes de um eventual julgamento definitivo.