Pará

O carro prata volta e com ele a tentativa de exterminar os diferentes

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Não é segredo para ninguém que grupos de extermínio agem no Pará. Às vezes, é mais fácil atribuir as mortes a guerra entre traficantes, o que com frequência acontece em cidades como Belém que é super populosa. Só para se ter uma ideia; o bairro do Jurunas possuí, de acordo com o senso de 2010, aproximadamente 50 mil moradores. Visto que, estamos em 2021, é fácil acreditar que esse número tenha dobrado depois de 11 anos. Assim como em toda região metropolitana. Na década de 90, um grupo de amigos decidiu sair para se divertir durante a noite. Entre eles, um investigador de polícia de outra cidade e um soldado da marinha. Eram uns cinco amigos. No retorno para casa, já altas horas da noite. A rua estava numa escuridão total, e o policial decidiu tirar sua arma da cintura e segurá-la com a mão. Um táxi passou e seu condutor observou a cena e acionou uma viatura dizendo que um grupo de homens estava assaltando. A viatura chegou no local e o sargento desceu do carro com a arma em punho atirando. O rapaz que era investigador gritou 'Eu sou policial", mas foi alvejado assim como os outros. O militar deu ordem para o subordinado verificar se todos estavam mortos. Mas havia um com sinais vitais. A ordem foi: -mata. O soldado, talvez, pela consciência do erro que estava a praticar, mirou na nunca, mas atirou para errar e não o matou. O sobrevivente era o soldado da marinha. Depois do alvoroço do momento de se encontrar os corpos e a especulação de quem seriam os assassinos; o depoimento do sobrevivente foi vital para que o sargento e o soldado fossem presos. Não bastasse, dentro da viatura só havia dois militares que participaram da ação. Mas outros dois que tinham ficado em outro local foram incriminados pelo sargento e expulsos da corporação. O carro prata, preto ou seja a cor que for e seus ocupantes, agem da mesma forma. O que fala mais alto é a aparência. A sociedade não pode aceitar como normal pessoas serem assassinadas em nome de uma falsa justiça "para se limpar a cidade". Trazendo a memória, em 2017, no bairro da Condor, o jovem Jairo Pimentel, carregador de supermercado, Sebastião Pereira, entregador de lanches e Ricardo Botelho, mestre de bateria da escola de samba Rancho Não Posso Me Amofiná, inocentes, covardemente assassinados numa chacina ocorrida naquele ano, no qual 5 morreram e 14 ficaram feridos. No ano de 2018, em tempo real, o “mortometro” de Belém e do Estado do Pará, já tinha mais de 1100 mortes referente ao mês de abril daquele ano. É correto dizer que a polícia prendeu muitos envolvidos nas chacinas e os mandou para atrás das grades. Mas é certo afirmar também que a onda de violência/2021, está mostrando a cada dia o desejo de mais sangue. A justiça do Pará, através de seus representantes, não pode permitir que Belém e região metropolitana, assim como todo o Estado volte a ser "terra sem lei".

Fonte: Pará1

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