Ciência e Saúde

Citada como 'parceira' pelo ministério, Sociedade Brasileira de Cardiologia diz que não recomenda uso da cloroquina

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Secretária do Ministério da Saúde Mayra Pinheiro mencionou 'parceria' em coletiva sobre protocolo de adoção do medicamento. Entidade diz que não recomenda o uso 'enquanto não houver evidências científicas definitivas'. Depois de ser citada como "parceira" do Ministério da Saúde durante o evento em que apresentou orientações sobre o uso de cloroquina no combate à Covid-19, a Sociedade Brasileira de Cardiologia emitiu nesta sexta-feira (22) uma nota na qual diz não recomendar o uso do medicamento "enquanto não houver evidências científicas definitivas acerca do seu emprego".

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A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro, fez menção à uma parceria na coletiva de imprensa em que deu detalhes sobre o documento.

Mayra Pinheiro, Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, citou Sociedade Brasileira de Cardiologia como 'parceira' do Ministério da Saúde na orientação para uso da cloroquina contra covid-19

Reprodução/TV Brasil

"Nós faremos com a responsabilidade científica que temos tido até agora, de trazer para um grupo de comando de operações a decisão de consultar comunidades médicas dentro e fora do país. (...) Essa parceria com a Sociedade Brasileira de Cardiologia deixa muito claro que não estamos fazendo apenas uma orientação, mas garantindo a segurança dos brasileiros em todas as fases da prescrição desse medicamento", afirmou a secretária na ocasião.

Desde o dia do anúncio o G1 entrou em contato com a SBC para esclarecimentos sobre qual a posição da sociedade e sobre o que seria esta parceria com o Ministério da Saúde.

Dois dias depois, o posicionamento da SBC foi divulgado em uma nota de esclarecimento. "A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) não recomenda o uso da Cloroquina e Hidroxicloroquina associada, ou não, a Azitromicina, enquanto não houver evidências científicas definitivas acerca do seu emprego", pontua.

O texto traz ainda uma orientação para pacientes que, mesmo assim, optarem pelo tratamento.

"No entanto, para os pacientes que optarem pela realização do tratamento, orienta que, desde que resguardada as condições sanitárias necessárias para minimizar o risco de contágio de profissionais de saúde e outros pacientes, que sejam realizados eletrocardiogramas a fim de avaliar a evolução do intervalo QT, de forma a subsidiar o médico quanto a pertinência de se persistir no tratamento. Para tanto, a Telemedicina pode ser uma alternativa viável para suportar essa iniciativa", afirma a SBC.

Procurado pelo G1, o ministério reforçou que não emitiu recomendação, mas orientações de uso para caso médico e paciente optarem pelo uso do medicamento. Além disso, o Ministério afirma que o documento diz que não há evidências científicas robustas sobre a eficácia da droga contra a Covid-19.

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