Marcos Mion critica Lula após falas sobre pessoas com deficiência intelectual

Marcos Mion critica Lula após falas sobre pessoas com deficiência intelectual

Pai de Romeo, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Mion afirmou que o discurso de Lula reforça preconceitos e estigmas sustentados em capacitismo, conceito que se refere à discriminação contra pessoas com deficiência.
Na ocasião, Lula disse que "a OMS (Organização Mundial de Saúde) sempre afirmou que na Humanidade deve haver 15% de pessoas com algum problema de deficiência mental. Se esse número é verdadeiro, e você pega o Brasil com 220 milhões de habitantes, significa que temos quase 30 milhões de pessoas com problemas de desequilíbrio de parafuso. Pode uma hora acontecer uma desgraça."

A declaração foi refutada por especialistas e causou revolta de Mion, que se disse "chocado". "O termo usado, já há muitos anos, é 'deficiência intelectual', e não 'deficiência mental', como o Lula usou. A gente tem que se policiar, tem que aprender e tem que se adequar. Lula se refere a essas pessoas dizendo que elas têm problemas de desequilíbrio de parafuso. Isso é só pejorativo e também incentiva outras pessoas a continuarem usando esse termo", afirmou.

Militante ativo da causa de pessoas com deficiência intelectual, Mion tornou pública a condição de seu filho em 2014, e em 2020 fez parte do lobby para a aprovação de uma lei que leva o nome de seu filho, e que cria uma carteira de identificação de pessoas com o Transtorno do Espectro Autista.

"Irresponsavelmente, a fala dele liga deficientes intelectuais diretamente aos casos de violência que infelizmente temos visto acontecer. Isso é um absurdo, pois não há qualquer comprovação. Como pai de um autista, eu me sinto atingido", disse ainda o apresentador.