"Pode soltar foguetes!"

Estudantes de cursinhos populares são aprovados no vestibular da UFPA

O projeto Rede Emancipa, de cursinhos populares, aprovou 30 estudantes da periferia de Belém no vestibular da UFPA.

Estudantes atendidos pela Rede Emancipa de cursinhos populares que passaram no vestibular da UFPA. | Divulgação
Estudantes atendidos pela Rede Emancipa de cursinhos populares que passaram no vestibular da UFPA. | Divulgação

Sair do ensino médio significa que uma etapa da vida está concluída e algo novo se encaminha. Para os estudantes que desejam ingressar na faculdade, o último ano dessa etapa de ensino é cheio de muitas emoções, entre elas o medo e a ansiedade em relação ao futuro e a tão sonhada aprovação no vestibular.

Divididos entre os estudos, trabalho e a nova rotina, a juventude periférica tem encontrado uma série de desafios para se manter firme no propósito de realizar o vestibular e ingressar no ensino superior, através de cursinhos populares ofertados gratuitamente pelo governo.

Na manhã da última sexta-feira (17), a Universidade Federal do Pará (UFPA) divulgou o tão aguardado listão dos aprovados no Processo Seletivo 2023 (PS UFPA 2023). Dentre os calouros estão os estudantes do bairro do Guamá, em Belém, que são atendidos pela Rede Emancipa, de cursinhos populares.

Ao todo, a rede de cursinho popular, cujas aulas são gratuitas com professores voluntários, aprovou mais de 30 calouros.

Estudantes atendidos pela Rede Emancipa de cursinhos populares que passaram no vestibular da UFPA.
???? Estudantes atendidos pela Rede Emancipa de cursinhos populares que passaram no vestibular da UFPA. |Divulgação

Ao DOL, a professora Lúcia Isabel, do Instituto de Educação da UFPA, que coordena o projeto, contou que a aprovação dos alunos é motivo de muito orgulho.

"Nós tivemos trinta aprovações em cursos diversos na universidade, isso pra gente é motivo de muita alegria. É uma vitória individual, de cada estudante que passou o ano estudando nas nossas turmas. É também uma vitória coletiva de um movimento de educação e de luta pelo direito a educação" disse a docente.

Para a professora, o ingresso dos estudantes da periferia na UFPA vai contribuir para mudar a "cara" da universidade.

"A gente sabe que a universidade tradicionalmente foi um espaço de elite e depois das cotas. O processo de organização e mobilização dos setores populares na luta pelo direito à educação vem mudando e diversificando seu público," continuou.

A coordenadora acredita que a mudança no perfil dos estudantes na UFPA é o principal resultado que contribui para o sucesso da rede de cursinhos populares.

Ainda segundo a coordenadora, a Rede Emancipa trabalhou com dez turmas em 2022 e pretende aumentar esse número em 2023, com a abertura de novos espaços.

"Nós funcionamos com duas turmas no Instituto de Ciências da Educação da Universidade Federal do Pará e funcionamos também com turmas em organizações comunitárias em diversos bairros, como Bangui, Pedreira e em Ananindeua, e em breve no Jardim Sevilha. Trabalhamos também com mais de 150 estudantes voluntários que são alunos de graduação e pós-graduação de cursos diversos da UFPA e outras universidades de Belém, que são professores voluntários dos cursinhos," finaliza a docente.

Fonte: DOL

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