Nelson Jr./SCO/STFO ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta sexta-feira (1º) em uma rede social que o Ato Institucional 5 (AI-5) é o "símbolo maior da tortura institucionalizada".Nesta quinta (31), foi divulgada uma entrevista na qual o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) diz que, se a esquerda "radicalizar", a resposta do governo pode ser um "novo AI-5". Eduardo é filho do presidente Jair Bolsonaro.Depois, em outra entrevista, Eduardo disse que "talvez tenha sido infeliz" na declaração, acrescentando que não existe "qualquer possibilidade" de um novo AI-5. As declarações provocaram forte repercussão no Congresso Nacional, no Supremo Tribunal Federal e em entidades dos mais diversos setores da sociedade civil."O AI-5 impôs a perda de mandatos de congressistas, a suspensão dos direitos civis e políticos e o esvaziamento do Habeas Corpus. É o símbolo maior da tortura institucionalizada. Exaltar o período de trevas da ditadura é desmerecer a estatura constitucional da nossa democracia", publicou Gilmar Mendes nesta sexta.À colunista do G1 Andréia Sadi, outro ministro do STF, Marco Aurélio Mello, disse que há uma "tentativa de esgarçamento da democracia".O Ato Institucional 5 foi assinado em 1968, no regime militar, e é considerado uma das principais medidas de repressão da ditadura.Entre as consequências do AI-5 estão o fechamento do Congresso Nacional, a retirada de direitos e garantias constitucionais, com a perseguição a jornalistas e a militantes contrários ao regime.ReaçãoAinda nesta quinta, o presidente Jair Bolsonaro disse em uma entrevista ter recomendado ao filho que pedisse desculpas, acrescentando que o AI-5 "ficou no passado".Além disso, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a declaração de Eduardo é "repugnante" e passível de punição.Partidos de oposição já anunciaram que pedirão ao Conselho de Ética da Câmara a cassação do mandato de Eduardo, e um grupo formado por 18 deputados pediu ao STF para processar Eduardo por apologia e incitação ao crime.Initial plugin text
Fonte: G1