Durante seis meses, a pequena Carla foi paciente da área de hemodiálise da Santa Casa. E, após um período de diálise, ela não precisou mais das sessões na máquina. A mãe credita o fato a um milagre de Deus e os pais estão muito felizes com a recuperação da filha.
Aryanny, como é chamada, vive em uma cadeira de rodas, mas nada disso a impede de estudar e ser um exemplo de dedicação, ela está no sétimo ano do ensino fundamental. Fato que foi reconhecido por um professor e educador da escola Pedro Coelho da Mota, do município de Castanhal, que fez um livro baseado na vida dessa adolescente. A publicação, de autoria do professor Raimundo da Luz Júnior e ilustrações de Maciste Costa, tem como título: Aryanny: A cadeirante da leitura.
Para o professor Raimundo Júnior l, Aryanny é uma aluna especial que motiva outros alunos, principalmente os especiais, a gostarem de estudar. E isso lhe dá inspiração para escrever outro livro com a mesma temática. "Fizemos o lançamento aqui em Castanhal e foi um sucesso. Ela foi até a rádio dar entrevista", enfatizou o professor. "Já tinha o projeto de escrever livro infantil, mas foi quando conheci Aryanny que veio a ideia de fazer uma homenagem a um aluno especial e, para ter mais conhecimento sobre o assunto, fiz uma especialização em educação especial". "A Carla Aryanny foi minha aluna da turma do 5º ano, em 2018. Uma inclusa da educação especial que trabalhei muito a questão da motivação pessoal, entusiasmo e força de vontade. Foi nesse período que decidi fazer a especialização, mas nunca perdi o foco de escrever um livro sobre o assunto. Tanto é que o livro aborda algumas modalidades da educação especial, justamente para mostrar, a esse público, que eles podem se superar, trabalhar e melhorar suas habilidades. Por isso, ainda pretendo escrever oito livros com essa mesma temática para que os alunos especiais nunca desistam dos seus estudos, dos seus sonhos e sempre possam alcançar uma vida melhor".
Na última quarta-feira (6), Aryanny foi para sua consulta de rotina na Santa Casa e disse estar contente com a homenagem recebida. "Já faz uns seis meses que não faço mais hemodiálise, e durante esse período, tive a alegria de ser presenteada com esse livro. Tô muito feliz".
A mãe de Aryanny, Carla Patrícia Pereira Silva, contou como conheceu o professor da filha, e disse que está feliz porque a pequena entrou para a história da literatura no Estado. "Frequentava muito a escola e estava sempre lendo alguma coisa, e acabei fazendo amizade com o professor Raimundo Júnior. Um dia ele perguntou se podia escrever um livro em que a Aryanny fosse a protagonista. Disse que sim, pois para mim, que sou uma amante da literatura, foi um presente que vai eternizar a minha filha na história paraense." concluiu Carla Patrícia.
Carla Aryanny, os pais e a equipe da hemodiálise da Santa CasaFoto: Ascom / FSCMPA
A terapeuta ocupacional do serviço de terapia renal pediátrica da Santa Casa do Pará, Fernanda Lobato, contou que Aryanny fazia acompanhamento no ambulatório de nefrologia, e após piorar precisou ser internada e fazer hemodiálise, mas sempre se mostrou muito otimista frente ao tratamento seguindo corretamente todas orientações médicas e logo começou a apresentar uma melhora tão significativa que a médica foi reduzindo as sessões de hemodiálise até suspender.
"Hoje ela está de alta da hemodiálise e só vem à consulta ambulatorial. Tem duas coisas que me chama atenção nessa paciente: primeira é que apesar do momento difícil ela está sempre muito otimista, receptiva à abordagem da equipe e participava de todas as atividades terapêuticas que eram propostas, e a segunda é a fé que ela e a mãe têm. É claro que vários fatores colaboraram para esse resultado positivo do tratamento, mas isso foi realmente uma experiência de milagre.
Fonte: Agência Pará