"Estou aqui no escritório", conta por telefone em entrevista ao F5. "A minha vida teve uma mudança. Agora eu trabalho de segunda a sexta, das 8h às 18h, batendo ponto (risos). Agora, na sexta-feira [depois que encerro o expediente] não quero conversa com ninguém."
Mas não se pode dizer que o cantor ficou parado. Mesmo com as restrições, ele lançou o DVD "WS Em Casa 2" e transformou a festa Garota VIP em live. Fez parcerias com Claudia Leitte e Xand Avião, entre outros artistas.
Ele também aproveitou para fazer uma harmonização facial e, recentemente, foi coberto de elogios nas redes sociais ao mostrar a barriga tanquinho. "Eu sou vaidoso sim, mas nessa pandemia fiquei mais", revela. "Nunca gostei de academia, era daqueles que começava, ia um dia e parava. No começo da pandemia eu engordei 12kg. Comecei a me incomodar, tomei vergonha na cara e procurei profissionais e sigo firme e forte."
Na semana passada, o artista liberou a primeira parte do álbum "Safadão Amplificado". As músicas têm temáticas variadas. Enquanto o primeiro single, "Confidencial" (lançado em outubro), fala de um amor em segredo, a música de trabalho "Ele É Ele, Eu Sou Eu", gravada com participação dos Barões da Pisadinha, fala de um trauma amoroso.
"Parece que o mundo está mais sofrido mesmo, né?", brinca quando perguntado por que a "sofrência" está tão em voga. "Mas quem nunca sofreu de amor (risos)? Colocar ritmo e balanço na vida vai diminuir essa sofrência, não acha? Bom, eu sou um otimista do amor e das boas relações! Temos que buscar nossa alegria, nossa felicidade, eu sou um felizardo, bem casado e muito feliz!"
Já em "Nem Por Um Milhão", ele fala que não voltaria com uma pessoa que errou com ele nem por essa quantia em dinheiro. Mas o que o cantor não faria nem por essa quantia? "Eita! Tem muita coisa", garantiu. Não mataria, não roubaria... Isso é clichê né? Bom... eu não posaria pelado (risos)!"
Em meados de novembro, o artista lançou "Love Misturado", canção é a primeira do novo projeto "Safadão Amplificado". A unidade do álbum, como se pode ver, fica por conta do som. "A gente conseguiu dar uma diferenciada na sonorização do projeto, então mesmo as pessoas que estão acostumadas a ouvir o Safadão vão sentir algo diferente", garante. "Parace que os meus outros projetos eu ouvia no volume 7 e esse, sem aumentar, o volume pula para o 10."
Safadão conta que a principal diferença de gravar em plena pandemia foi mesmo a ausência de público. "Se você pegar os meus DVDs anteriores, em Brasília tinha 50 mil pessoas, no Rio tinha 80 mil... O que muda realmente é você estar sem o contato próximo com o público", lamenta. "Mas a nossa energia e a nossa motivação foi a mesma."
Para compensar, a atenção na cenografia e no figurino foi redobrada, como é possível ver nos dois primeiros clipes (outros serão lançados ao longo dos próximos meses). O cenário tem uma profusão de luzes neon, que fazem o palco parecer um enorme videogame.
"Temos uma preocupação com a questão do visual, das cores, porque estamos buscando atualizar o nosso público, pegar a galera nova, que está envolvida com games, a turma do 'Free Fire'", explica. "Essa plástica de cores e imagens, até das minhas redes sociais, é sempre buscando falar a mesma língua deles. A ideia é deixar o Safadão cada dia mais novo e com um futuro cada vez mais prolongado."
O cantor diz que gosta de jogar, mas não chega a ser um craque. "Rapaz, eu fico nervoso", diz, aos risos. "Mas estou aprendendo."
Um dos primeiros artistas de grande repercussão a levantar a voz nas redes sociais pelo retorno das apresentações presenciais, Safadão fez no último dia 21 seu primeiro show em Natal (RN) após esse período de pausa em função da pandemia. Ele também mantém o plano de realizar mais uma edição de seu cruzeiro temático, o WS On Board, entre os dias 26 de fevereiro e 1º de março de 2021, inclusive com gravação de um novo DVD em alto-mar.
"Eu jamais vou deixar de colocar a responsabilidade que a gente tem em primeiro lugar", afirma. "No meio da música, quem está sofrendo neste momento são os artistas menores, são os músicos, o cara do palco, do som... Esses dias eu tive uma notícia de uma pessoa que teve que vender a sanfona para botar comida em casa. Então eu resolvi levantar um pouco mais a voz diante do que está acontecendo."
Ele questiona o fato de outras atividades terem sido retomadas, mas ainda haver restrições para a realização de shows em diversos lugares. "A pessoa só pega Covid no show? Só pega após dez horas da noite?", diz o cantor, que pegou Covid-19 em agosto. "Se não é com show, está existindo aglomeração em vários outros lugares."
Safadão diz enxergar soluções. No show de Natal, por exemplo, no mesmo estádio onde já se apresentou para quase 25 mil pessoas, a lotação foi de 4.000. As pessoas ficaram espalhadas em mesas de até quatro pessoas, com corredores entre elas. O local foi aberto com até 3 horas de antecedência para que não houvesse aglomeração na entrada.
"A gente tem que ter a responsabilidade que teria com 10 ou 20 show em apenas um, pensando em primeiro lugar na vida das pessoas", avalia. "Mas mesmo com público menor, que a gente consiga trabalhar. Porque hoje o sentimento realmente é de injustiça. Ninguém está pedindo para voltar show normal, a gente pede que volte com protocolos."
Fonte: Noticias ao Minuto