Violência

Mineápolis

Os últimos acontecimentos nos Estados Unidos que se iniciaram na cidade de Mineápolis, espalhando-se por várias cidades, mostra a realidade de um povo que vive sob a sombra de um passado que insiste em voltar e se fazer presente.

A morte de George Floyd sufocado sob os joelhos de um policial, depois de dominado e algemado, demonstra pelo fato em si que algo precisa mudar. A discriminação racial em nossa era é inconcebível. É correto afirmar também que: a destruição de prédios, patrimônios públicos e saques que aconteceram naquela cidade deve ser rejeitado por todo cidadão de bem. Ao contrário o que se viu foi uma multidão enfurecida saqueando e queimando; o que menos interessava naquele momento era o homem que tinha perdido a vida devido à violência policial.

Por outro lado, o Brasil enfrenta outro tipo de discriminação: a social.

As pessoas são discriminadas pelas roupas, pela cor da pele, opção sexual, religião que professa, por ter opinião formada, pelo bairro que mora e principalmente por ser pobre. Somos hipócritas quando afirmamos que em nosso país não existe discriminação.

Eu já tive o desprazer de ser discriminado em uma loja de confecções, quando fui comprar um paletó. Detalhe: eu estava usando o uniforme da empresa, a qual eu trabalhava, calçava botas sujas e meu corpo suado; o bom é que eu estava com o dinheiro para comprar a vista; dos seis vendedores para os quais eu perguntei o preço, me responderam de longe, e nenhum deles se aproximou para ganhar o cliente, talvez por pensarem que, aquele homem mal vestido não tivesse dinheiro para fazer aquela compra; saí dali e comprei o produto em outro lugar. A discriminação vem de várias formas.

O racismo e a discriminação devem ser considerados abomináveis aos olhos de todos os cidadãos não só do Brasil, mas do mundo. Não existe vitimização, mas sim, uma realidade triste e cruel que está impregnada em todos os setores, até no religioso.

A discriminação é definida como o tratamento dado a certas categorias social e raciais; já o racismo é um crime inafiançável artigo 5 inciso XLII da Constituição Federal. É inegável que a discriminação ocorre com maior frequência contra a raça negra, e assim o que se precisa é uma mudança de conceitos e consciência.

Apesar de a Declaração dos Direitos Humanos afirmar que todos nascem livres e iguais em direitos e dignidade; sabemos pelas duras experiências que o que está no papel não condiz com a realidade. As minorias lutam para conquistar espaços, enquanto os que dominam, querem à todo custo dificultar esse acesso.

Erlon Andrade