Belém e Ananindeua sofrem com a invasão dos lixões: uma realidade em decomposição

Na avenida Centenário, outros dois pontos críticos estão situados no bairro da Cabanagem, próximo à rua São Bento. Nos dois locais, pode-se encontrar geladeiras velhas, pneus, troncos de árvores, estofados, plásticos e lixo doméstico. O montante de lixo já ocupa a ciclofaixa do contorno e os ciclistas são obrigados a trafegar pela pista.

Situação do lixo na Avenida Indepêndencia. Ananindeua prox. Rod Mário Covas. Foto: Wagner Almeida / Doário do Pará.

Situação do lixo na Avenida Indepêndencia. Ananindeua prox. Rod Mário Covas. Foto: Wagner Almeida / Doário do Pará.

Quem precisa trafegar pela avenida Independência, uma importante via que atravessa os municípios de Belém e Ananindeua, precisa lidar com uma cena infelizmente corriqueira: o acúmulo de lixo e entulho nos canteiros. Em alguns pontos, obstruem as calçadas e ciclofaixas, impedindo que pedestres e ciclistas transitem de forma segura.

No canteiro da avenida Independência, próximo à Rua Bom Sucesso, em Belém, sentindo Ananindeua, o acúmulo de lixo e entulho não chega a atrapalhar o ir e vir das pessoas. Mas, segundo trabalhadores do entorno, o mau cheiro chega a ser insuportável.

O mecânico Paulo Cruz, de 27 anos, trabalha em uma oficina mecânica próxima ao perímetro e afirma que a situação acaba por afastar a clientela. "É um problema tanto para o meio ambiente, para as pessoas que moram aqui e tem que lidar com o mau cheiro; quanto economicamente para a gente, né? Infelizmente estamos trabalhando próximo a um ponto de descarte de lixo, praticamente", disse.

Rua próxima do Centro Comercial do Distrito Industrial de Ananindeua. Situação das vias no Distrito industrial Ananindeua. Wagner Almeida / Diário do Pará.

Na avenida Centenário, outros dois pontos críticos estão situados no bairro da Cabanagem, próximo à rua São Bento. Nos dois locais, pode-se encontrar geladeiras velhas, pneus, troncos de árvores, estofados, plásticos e lixo doméstico. O montante de lixo já ocupa a ciclofaixa do contorno e os ciclistas são obrigados a trafegar pela pista.

"Trabalho em Ananindeua e sempre estou fazendo esse percurso para voltar para casa, então, posso dizer que está sempre assim. Esse pedaço aqui só vem acumulando e acumulando lixo, o que nos obriga a irmos para a pista, correndo o risco de se acidentar, que Deus o livre", afirma o ajudante de obras, Cristivan Silva, de 47 anos.

Os problemas com o lixo acumulado também são observados em outras áreas como a do canal do Galo. Na Rua Nova, próximo da Pedro Miranda, revoltados, moradores interditaram a via com o lixo que não era recolhido. O transtorno do acúmulo de sujeira também ocorre em outros trechos da via.

A Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) informa que a Ciclus Amazônia, gestora dos resíduos sólidos de Belém, tem um planejamento com frequência e horário de passagem dos caminhões, definidos para toda a cidade, onde existe variação entre alternados e corridos, dependendo do bairro.

Pela quantidade de lixo nas ruas, a normalização do serviço deverá levar um tempo até a sua completa normalização, diz a nota. O plano de coleta ainda poderá sofrer alterações e caso as mesmas ocorram, serão informadas a população, afirma a Sesan.

No município vizinho, no perímetro limite, que se dá na avenida Mário Covas com a avenida Independência, sentido Ananindeua, o acúmulo de lixo já se tornou habitual. Segundo transeuntes, há dias que é impossível transitar na via. "Eu moro aqui no Jardim América, e passo por aqui para ir à casa da minha mãe, bem próximo. Isso aqui já virou ponto regular de descarte de lixo, não tem jeito", comenta Maria Nazaré, de 32 anos.

Ainda na Independência, no bairro do Curuçambá, próximo a Subestação da Eletronorte, o acúmulo de lixo força pedestres a transitarem na pista e dividir espaço com urubus, já que os resíduos já invadem a calçada. A Prefeitura de Ananindeua não deu retorno até o fechamento desta edição.