Ainda que ele venha reiterando em todas as suas entrevistas que qualquer decisão será tomada em conjunto entre os vices, caberá ao dirigente dar a última palavra. Nos próximos meses, ele deverá referendar decisões que envolvem desde renegociações de contratos à formulação do calendário do futebol brasileiro. Mas, de mais urgente, precisará demonstrar na prática que a decisão da CBF de afastar seu principal cartola por denúncia de assédio também se refletirá em novas práticas na entidade.
Após a Assembleia Geral confirmar a suspensão de 21 meses de Rogério Caboclo, Ednaldo Rodrigues prometeu trabalhar nisso. "A partir de agora nós vamos trabalhar, com os nossos colegas vice-presidentes, e ouvindo todas as federações, no sentido de adotarmos práticas que sejam sempre de combate a qualquer tipo de assédio ou discriminação", afirmou.
"Qualquer tipo de violência tem de ser combatida, principalmente a violência e discriminação que existe contra a mulher, em todos os segmentos, seja no futebol, seja na indústria, no comércio, na imprensa. Acho que a CBF demonstra neste momento, nesta decisão histórica e por unanimidade, de 27 presidentes de federações, que nesta casa não pode mais acontecer esse tipo de situação", sustentou.
Ednaldo Rodrigues é o sétimo presidente da CBF em 10 anos. À exceção de dois interinos, quatro foram acusados pelos mais diversos desvios de conduta - de recebimento de propina, passando por conspiração e, agora, assédio. Indagado sobre como fazer para a CBF se recuperar do descrédito que atinge seus principais dirigentes, Ednaldo falou em ser "realista".
"É lógico que todos também ficam pensando: 'será que vai acontecer' (outro tipo de desvio de conduta)? A gente tem de ser realista e provar o contrário, com atitudes, com trabalho, com profissionalismo, e acima de tudo, com lisura e ética, para esse tipo de crime que aconteceu não volte a acontecer", completou.
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