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Após vaga, Abel dá recado para vizinho 'chato' e revela inspiração em Mourinho


O português se exaltou muito quando Dudu marcou o gol de empate com o Atlético Mineiro que garantiu o Palmeiras em mais uma decisão do torneio continental, a sexta na história do clube, e teve de ser contido pelos auxiliares quando gritava em direção a uma das câmeras da transmissão da partida no Mineirão. A exaltação foi provocada, segundo ele, por críticas de um vizinho "chato". Não foi uma provocação ao Atlético-MG.

"Quando apontei pra câmera, não foi pra nenhum jogador ou o treinador do Atlético-MG. Tenho um vizinho que mora no meu prédio que é um chato. Foi diretamente ao meu vizinho, porque quem manda na minha casa sou eu. Está calado! Quem trabalha dentro do CT sou eu e meus jogadores. Defendo meus jogadores porque são meus nas vitórias e derrotas. Ao meu vizinho, xiu", esbravejou o técnico.

Antes, ele já havia mostrado incômodo ao ter que responder sobre o excesso de cautela de sua equipe no jogo de ida, no Allianz Parque, e a postura extremamente defensiva. Nesta terça, foi perguntado a respeito dos três zagueiros e recordou-se de como jogava um rival do Palmeiras. "Pra mim, time com 3 zagueiros pode ser ultra ofensivo. Como jogava o São Paulo nos tempos áureos com o Muricy?!", respondeu.

"Eu estudei 10 anos para ser treinador. Já estou farto de dizer e quem quiser ouve, quem quiser não ouve. As pessoas confundem arrogância com competência. Confundem inteligência com sorte. Dá trabalho ter sorte", acrescentou, em tom de desabafo.

Abel é inquieto, por vezes agitado, faz desabafos, mas também se mantém calmo quando julga ser necessário. Ele foi visto pedindo tranquilidade aos atletas depois que o Atlético-MG abriu o placar com Vargas no início do segundo tempo. O treinador explicou de onde vem a serenidade que passou a seus comandados naquele momento e também em toda a preparação que antecedeu os dois duelos da semifinal.

"Essa calma e inteligência, inspirei-me em Manchester United x Porto. Mourinho empatou 0 a 0 em casa e no último segundo, no Old Traford, fez 1 a 1 e os colocou na final. Falei para os jogadores que faríamos gol aqui", revelou o treinador. A concentração do time depois de levar o gol, segundo ele, "é o que faz a diferença entre um rato e um homem".

Ele fez história não somente por ser um dos responsáveis pela classificação do Palmeiras a mais uma decisão da Libertadores, mas também por ter se tornado o primeiro europeu a ser finalista do maior torneio de futebol de clubes da América do Sul em duas edições seguidas.

"Sou português e europeu com orgulho. Temos um dos melhores treinadores do mundo, Mourinho, e um dos melhores do mundo, Ronaldo. O que veem quando olham para o Cristiano? Força mental, disciplina, insaciável em querer ganhar. Mentalidade portuguesa, europeia", ressaltou o comandante, orgulhoso de sua origem.

O comandante palmeirense afirmou que se classificou "a equipe mais inteligente, mais organizada e, na minha opinião, está mais uma vez na final com toda a justiça". E dedicou a classificação "para o verdadeiro palmeirense", "os que torcem e amam o clube em todos os momentos".

Garantido na decisão em Montevidéu, no Uruguai, marcada para 27 de novembro, o Palmeiras buscará o seu terceiro título na história. O adversário será o vencedor do confronto entre Flamengo e Barcelona de Gayaquil, que se enfrentam no Equador nesta quarta. No Maracanã, o time rubro-negro venceu por 2 a 0.

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