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De quem é a culpa?

Universidade responsabiliza a garçonete por indeferimento de sua matrícula no curso de medicina

Universidade Federal do ParĂĄ divulgou nota onde responsabiliza a jovem pelo indeferimento da matrĂ­cula no curso de Medicina; entenda.


Lívia Letícia teve a matrícula no curso de Medicina da UFPA barrada | Reprodução/Redes sociais e Ricardo Amanajás/Diário do Pará

O caso da jovem LĂ­via LetĂ­cia, de 20 anos, que foi aprovada no curso de Medicina da Universidade Federal do ParĂĄ (UFPA) após a divulgação do listão do vestibular 2023, mas indeferida durante a habilitação, por, supostamente, não atender aos requisitos da Cota Renda, ganhou projeção em todo o estado.

Depois da repercussão e pressão da imprensa, sociedade e autoridades, a UFPA se posicionou sobre o caso na tarde desta sexta-feira (17). Por meio de nota, a instituição disse que usou procedimento padrão na hora de indeferir a jovem moradora de Capanema e que sonhava em cursar a graduação em Medicina.

A universidade ressaltou que "avalia a condição de renda do estudante exclusivamente por meio da documentação apresentada. Em caso de não apresentação ou apresentação incompleta dos documentos, o estudante tem a chance de resolver qualquer pendĂȘncia em fase de recurso administrativo previsto no edital".

Indiretamente, a UFPA responsabilizou LĂ­via pelo próprio indeferimento. "Só são indeferidos em definitivo estudantes que não completem a documentação exigida ou apresentem inconsistĂȘncia nas informações e documentações disponibilizadas", complementou a instituição.

LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA:

"A Universidade Federal do ParĂĄ informa que a reserva de vagas a estudantes de baixa renda em seus processos seletivos é regulamentada pela Lei 12.711/2012, conhecida como Lei de Cotas, e pela Portaria Normativa nÂș 18, de 11 de outubro de 2012, do Ministério da Educação. Tais vagas são destinadas a estudantes oriundos de famĂ­lias cuja renda bruta per capita não ultrapasse 1,5 salĂĄrio-mĂ­nimo.

Para ter direito a essas vagas, o estudante precisa comprovar essa condição de renda por meio de documentação obrigatória informada tanto no edital de inscrição do processo seletivo quanto no edital especĂ­fico de habilitação após a classificação na seleção.

A Universidade avalia a condição de renda do estudante exclusivamente por meio da documentação apresentada. Em caso de não apresentação ou apresentação incompleta dos documentos, o estudante tem a chance de resolver qualquer pendĂȘncia em fase de recurso administrativo previsto no edital.

Só são indeferidos em definitivo estudantes que não completem a documentação exigida ou apresentem inconsistĂȘncia nas informações e documentações disponibilizadas. Esse procedimento é padrão para todos os candidatos, visando evitar possĂ­veis fraudes no sistema de cotas.

A UFPA reitera seu compromisso com a inclusão e o enfrentamento de desigualdades no ensino superior, em atenção à legislação vigente para que as cotas contemplem as pessoas a quem são direcionadas."

ENTENDA O CASO

LĂ­via LetĂ­cia estava celebrando com a famĂ­lia o fato de ter sido aprovada na Universidade Federal do ParĂĄ e poder se tornar a primeira médica do clã, que é de origem humilde na cidade de Capanema, no nordeste paraense. No entanto, ela não esperava que os dias seguintes se transformariam em um grande drama para garantir sua vaga na maior instituição de ensino superior do Estado.

O caso foi denunciado no Instagram por outra moça chamada Lucyene Nascimento, que conheceu LĂ­via na fila de matrĂ­cula e ficou sensibilizada com a situação que poderia fazer a caloura perder sua vaga em um dos vestibulares mais concorridos do Brasil.

De acordo com a publicação, LĂ­via trabalhava como garçonete das 6h às 18h e aproveitava o perĂ­odo da noite para estudar para a prova. Lucyene também ressaltou que a universidade não ofereceu tempo hĂĄbil para a entrega dos documentos necessĂĄrios: o listão de aprovados saiu na sexta-feira, 17 de fevereiro, antes do carnaval, e a data para a entrega dos documentos foi na quinta-feira, dia 23 do mesmo mĂȘs (depois do carnaval).

Segundo a denĂșncia, a caloura conseguiu entregar a documentação, mas esta foi indeferida pela Universidade por não ser considerada de baixa renda. Entretanto, a famĂ­lia da jovem receberia menos de um salĂĄrio-mĂ­nimo, e a UFPA exige 1,5 salĂĄrio-mĂ­nimo per capita para entrar na cota. O caso entrarĂĄ na justiça.

Nas redes sociais, é possĂ­vel ver fotos do dia de comemoração de LĂ­via com seus avós e o resto da famĂ­lia, além dos seguintes dizeres em uma placa: "É Federal, LĂ­via LetĂ­cia, Medicina, Orgulho da famĂ­lia e da escola Oliveira Brito".

REPERCUSSÃO

O caso viralizou nas redes sociais e ganhou proporção. Vereadores de Capanema, cidade onde LĂ­via mora, interviram e a própria Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Estado do ParĂĄ (Alepa) cobra uma resposta da UFPA sobre o indeferimento da matrĂ­cula da jovem.

Advogados se disponibilizaram a ajudar a estudante a conseguir pleitear a vaga, que é sua por direito. Outros juristas e autoridades também prestam apoio à LĂ­via e aguardam pelos desdobramentos do caso junto à Defensoria PĂșblica da União.

DOL

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