"Pode soltar foguetes!"

Nazaré é ajudante de pedreiro e foi aprovada em Engenharia Civil na UFPA

Nazaré Silva dos Santos trabalhava como ajudante de pedreiro durante às manhãs, estudava no IFPA às tardes e prestava curso pré-vestibular à noite.

Reprodução internet
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Nazaré Silva dos Santos, 50 anos, foi aprovada em Engenharia Civil na Universidade Federal do Pará (UFPA). O listão com os nomes dos candidatos classificados foi divulgado nesta sexta-feira (17). Ela trabalhava como ajudante do marido, que é pedreiro, às manhãs e dedicava o resto do tempo ao estudo, estudando Técnica em Edificações no Instituto Federal do Pará (IFPA) no período da tarde, e indo ao cursinho pré-vestibular às noites.

A filha de Nazaré, Luciele dos Santos Ferreira, contou, em entrevista ao BT, parte da história da mãe. "Quando eu tinha uns 5 anos, minha mãe voltou a estudar e terminou o ensino médio, mas com uma rotina corrida acabou deixando a faculdade pra depois. Em 2018, eu entrei para o IFPA para fazer Técnico em Química, e falei pra ela tentar também. Em 2020 ela fez a prova e entrou para o IFPA para seguir o sonho de se especializar e seguir a área como técnica em edificações".


Nazaré trabalha como ajudante de pedreiro, estudava no IFPA às tardes e ia ao cursinho pré-vestibular às noites — Foto: Arquivo Pessoal

"Ela seguia trabalhando de manhã como ajudante de pedreiro, ia pro IFPA à tarde e passou a ir à noite pro Cursinho Municipal de Marituba estudar para o ENEM. Ela sempre foi apaixonada pela área. Se dedicava ao máximo ao curso no IFPA e contava empolgada de tudo o que aprendia".

Nazaré terminou o ensino médio com 38 anos, e está ingressando na universidade aos 50. Luciele ressalta como a mãe é dedicada aos estudos e ao trabalho, sempre se mantendo focada no seu objetivo. "(ela) levava os materiais para o trabalho dela, sempre que podia estava lendo, e hoje tivemos a felicidade de ter o nome dela no listão da UFPA em Engenharia Civil".

Nazaré terminou o ensino médio com 38 anos, e está entrando na universidade aos 50 — Foto: Arquivo Pessoal

"Ela estava no trabalho, não tinha visto nada ainda. Ligaram do cursinho para ela ir na biblioteca, e lá que ela foi saber. Nos vídeos feito lá, ela ainda tá com a bota do serviço. Aliás, ela vivia chegando no segundo horário de aula no cursinho por estar vindo direto de Belém até Marituba, onde nós moramos. Sempre com muita garra e força de vontade".

"Sempre com muita garra, e força de vontade" — Foto: Arquivo Pessoal
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