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Prisão

Em Belém,empresários de site de apostas são presos por lavagem de dinheiro

A segunda fase da operação "Apate II", da Polícia Civil, investiga a conduta de grupo financeiro, situado na capital paraense, que supostamente recebia dinheiro proveniente do tráfico de drogas de outros Estados


Um dos envolvidos é o empresário Fernando Araújo de Castro, conhecido como Andy, que foi fotografado durante a prisão, no início da tarde de terça-feira, na Delegacia Geral, no bairro de Nazaré, em Be

Três empresários ligados à agência de apostas esportivas on-line NBet Pará, de Belém, foram presos, nesta terça-feira (12), na segunda fase da operação "Apate II", deflagrada pela Polícia Civil do Pará e pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul. As investigações apontam que o grupo lavava dinheiro do tráfico de drogas por meio de empresas e associações de fachada, dentre elas a NBet Pará. Em pouco mais de um ano, foi movimentado um valor estimado em R$ 150 milhões. Também foram apreendidos valores de dinheiro, em espécie, em reais, euros e guaranis (moeda do Paraguai), além de quatro veículos de luxo.

Um dos envolvidos é o empresário Fernando Araújo de Castro, conhecido como Andy, que foi fotografado durante a prisão, no início da tarde de terça-feira, na Delegacia Geral, no bairro de Nazaré, em Belém. Uma fonte ligada à polícia confirmou que os outros dois presos são conhecidos como Leleco (preso em Belém) e Fabão (alvo na capital paraense, mas preso em Imperatriz, Maranhão). Mesmo solicitada, a Polícia Civil do Pará se negou a revelar a identidade dos três detidos.

Segundo a Polícia Civil, a investigação começou após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras comunicar o caso. Agora, os suspeitos ficarão à disposição da Justiça e o juiz que deferiu os mandados será comunicado de que a ação foi concluída.

De acordo com a delegada Ana Paula Mattos, titular da investigação, a operação foi iniciada no ano de 2020 e investiga um complexo sistema de lavagem de dinheiro nos Estados do Pará, nos municípios de Tailândia e Belém, e em outros Estados, como São Paulo e Rio Grande do Sul.

"A segunda fase da operação visa investigar a conduta de grupo financeiro, situado em Belém, que supostamente recebe dinheiro proveniente do tráfico de drogas de outros Estados, sendo tais valores utilizados para constituição de empresas de fachada e fantasmas, nas quais seus proprietários estão diretamente ligados à lavagem de dinheiro," destacou a delegada.

Ainda de acordo com a nota da polícia, as investigações apontam que o grupo criminoso é composto por três sócios majoritários e cinco empresas. "O grupo teria movimentado, em pouco mais de um ano, um valor estimado em R$ 150 milhões. A apuração policial também identificou que o grupo atua na exploração de jogos e apostas esportivas", pontuou a nota.

Na tarde desta terça-feira, a reportagem ligou três vezes para o contato disponibilizado pela NBet Pará no instagram, por meio da conta @nbet91para. Durante duas tentativas, ninguém atendeu. Numa terceira, a reportagem foi atendida por uma mulher que não se identificou. Foi pedido o contato da assessoria de imprensa e da assessoria jurídica da agência de apostas. A atendente disse que não poderia fornecer esses contatos e que não estava autorizada a passar nenhum tipo de informação desse tipo. Em seguida, ela desligou. Na manhã desta quarta-feira (13), a reportagem tentou novamente contato telefônico com a NBet Pará. Desta vez, ninguém atendeu aos telefonemas.

A Nbet mantinha contratos de patrocínio com clubes do Pará, como Remo e Paysandu. A Assessoria de Imprensa do Paysandu afirmou que o clube não iria se posicionar, apesar de no perfil da NBet no Instagram (@nbet91para) a agência se apresentar como central de apostas do time. Já o Remo foi contatado e afirmou que o clube não é mais patrocinado pela NBet.

Depoimento

Ainda nesta terça-feira, em meio à movimentação de amigos, advogados e parentes de presos na Operação Apate II, na porta da Delegacia de Combate à Corrupção, que fica dentro da Delegacia Geral da Polícia Civil, em Belém, o ex-candidato a vereador Vitor Magalhães (PP) e o cantor MC Loro intimidaram a equipe da Redação Integrada de O Liberal, que trabalhava na cobertura da ação.

Em plena delegacia, na frente de policiais, a equipe chegou a ser ameaçada por homens e coagida a apagar as imagens produzidas para a reportagem. Repudiando o ocorrido, os profissionais farão o registro do fato em boletim de ocorrência e acionarão o Sindicato dos Jornalistas para providências. Segundo a PC, Vitor e MC prestaram depoimento porque teriam recebido depósitos suspeitos da ação, mas não necessariamente estariam configurados na associação.

Primeira operação

A primeira etapa da Operação Apate foi executada em dezembro de 2020, quando um homem foi preso durante uma ação de combate à lavagem de dinheiro no município de Tailândia, nordeste do Pará. Na época, a Polícia Civil cumpriu cinco mandados de busca e apreensão em residências da cidade.

As investigações apontaram que o suspeito, que respondia em liberdade provisória pelo crime de tráfico de drogas, estaria movimentando R$ 3 milhões nos últimos dois anos, segundo a PC. O dinheiro tinha origem em um esquema de lavagem de dinheiro.

Por meio dos mandados, a polícia obteve os elementos que comprovaram que a movimentação financeira do homem era proveniente de atividades ilícitas. Na época, celulares, documentos e uma quantia em dinheiro também foram apreendidos. Na mitologia grega, "Apate" era um espírito que personificava o engano, o dolo e a fraude.

OLIBERAL.COM

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