DIAGNÓSTICO PRECOCE

Autismo e déficit de atenção podem ser sinalizados através da retina

Por meio de eletrorretinograma, cientistas descobriram sinais na região ocular que podem diferenciar crianças com TDAH e TEA, auxiliando no diagnóstico precoce.

 Segundo a OMS, uma em cada 100 crianças tem TEA; já o TDAH atinge de 5% a 8% dos pequenos, sobretudo meninos. | Reprodução
Segundo a OMS, uma em cada 100 crianças tem TEA; já o TDAH atinge de 5% a 8% dos pequenos, sobretudo meninos. | Reprodução

Pesquisadores descobriram em novo estudo que gravações da retina ocular podem sinalizar distúrbios do desenvolvimento neurológico, como Transtorno do Espectro Autista (TEA) e o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Conduzida por especialistas da Universidade da Austrália, a pesquisa foi divulgada no periódico Frontiers in Neuroscience no último dia 6 de junho.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada 100 crianças tem TEA; já o TDAH atinge de 5% a 8% dos pequenos, sobretudo meninos. A condição requer cuidados especiais, e por isso a identificação precoce é importante para que as crianças tenham um desenvolvimento pleno, de acordo com suas necessidades.

Em comunicado, Paul Constable, um dos autores do estudo, informou que esses são os distúrbios do desenvolvimento neurológico mais comuns na infância. "Mas, como muitas vezes compartilham características semelhantes, fazer diagnósticos para ambas as condições pode ser demorado e complicado", pondera.

"Os sinais da retina têm nervos específicos que os geram, então, se pudermos identificar essas diferenças e localizá-las em vias específicas que usam diferentes sinais químicos que também são usados no cérebro, podemos mostrar indicadores distintos para crianças com TDAH e TEA", explica Constable.

Os cientistas ainda destacam que esse estudo pode ir além de mostrar diferenças para indivíduos com TDAH e TEA. Ao explorar como os sinais na retina reagem aos estímulos da luz, será possível desenvolver diagnósticos precoces para outras condições de desenvolvimento neurológico, que podem ser distinguidos uns dos outros com base nas características do ERG.

"Em última análise, estamos analisando como os olhos podem nos ajudar a entender o cérebro", reforça o copesquisador em cognição humana e artificial Fernando Marmolejo-Ramos.

Apesar de ser uma descoberta surpreendente, Marmolejo-Ramos ressalta que mais pesquisas são necessárias para estabelecer anormalidades nos sinais da retina que são específicos para esses e outros distúrbios do neurodesenvolvimento.

Fonte: DOL

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