João Pinheiro, morador da área próxima ao canal do Tucunduba, relata que os ônibus pararam de rodar há 14 dias. "A alternativa para quem mora aqui é pegar uma van ou mototaxi até a avenida Celso Malcher para poder pegar um ônibus e ir para o centro", relata.
A reposição dos ônibus por outras empresas foi uma determinação da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob), conforme informa em nota: "Para não deixar os usuários do transporte público desassistidos, a Semob determinou que as empresas São José e Rio Guamá, que dispõem de linhas com itinerários sobrepostos aos da São Luiz, também reforcem suas frotas enquanto durar a paralisação".
Entretanto, moradores relatam que apenas uma das linhas continua rodando (em intervalos de cerca de meia hora): "a gente ainda vê passar os ônibus Canudos - Presidente Vargas, mas os do Tucunduba estão totalmente parados. Não tem, não", conta o feirante Raimundo Moisés. A equipe de reportagem percorreu o bairro e não encontrou nenhum ônibus da linha Canudos - Praça Amazonas II (Tucunduba) circulando e nenhum ônibus de reposição da empresa Rio Guamá.
Em nota, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel) comunicou que "...a crise do transporte coletivo vem sendo anunciada há vários anos, agravada com o congelamento da tarifa durante quase três anos. O resultado hoje é a falta de recurso das empresas para honrar seus compromissos, também impactadas pela ausência de definição do subsídio previsto pela Prefeitura de Belém que iria recompor a tarifa técnica definida em R$5,00 pela Semob, e aprovada pelo Conselho de Transporte. O prejuízo mensal do sistema já ultrapassa R$12 milhões"