De estudantes autista

Prefeitura de Belém reafirma potencial de estudantes autistas com caminhada e exposição artística

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Neste sábado, 2, Dia Mundial do Autismo, a Prefeitura de Belém, por meio do Centro de Referência em Inclusão Educacional (Crie) Gabriel Lima Mendes, da Secretaria Municipal de Educação (Semec), iniciou a programação de conscientização dos direitos das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Em Mosqueiro, houve a caminhada Empatia: conheça mais sobre autismo e quebre preconceitos, organizada pela Associação dos pais de TEA Descobrindo o mundo azul, na rua do Jambeiro até o Centro Multicultural Solar das Artes, na Vila. A programação também contou com a exposição de trabalhos artísticos dos estudantes da ilha com autismo, atendidos pelo Programa de Atendimento do Transtorno do Espectro Autista (PROATEA), do Crie.

Alessandra Cunha é mãe do Ângelo David, de 7 anos, estudante da Escola Municipal de Ensino Fundamental Maroja Neto. Ela é idealizadora do projeto Descobrindo o mundo azul, que há três anos faz a caminhada em Mosqueiro e este ano reuniu mais de 300 pessoas. Mosqueiro tem uma média de 190 crianças com laudo de autismo.

“Foi na escola que a professora me aconselhou a procurar um atendimento com o neuropediatra e que confirmou o laudo de autismo do meu filho. Chorei muito. Mas fui buscar conhecimento. E hoje pela primeira vez consigo falar sem chorar. Eu tô evoluindo assim como meu filho está se desenvolvendo. Sem o atendimento da prefeitura as crianças estariam regredindo. O Atendimento Educacional Especializado (AEE) é 100%. Tô muito satisfeita, desde que descobri o diagnóstico fui bem acolhida”, disse Alessandra.

TEA – Para quem não sabe, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades.

Os sinais de alerta podem ser percebidos nos primeiros meses de vida, sendo o diagnóstico estabelecido por volta dos 2 a 3 anos de idade, com a prevalência maior no sexo masculino. O diagnóstico precoce com intervenções comportamentais e apoio educacional pode levar a melhores resultados a longo prazo, considerando a neuroplasticidade cerebral. 

Foi o caso dos irmãos Geneci da Rocha Barbosa, 15 anos, Daniel, 14 anos e Sulamita, 13 anos, estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Abel Martins, no Carananduba. A mãe Lucicléia Dos Reis Rocha Barbosa, 32 anos, conta que descobriu muito cedo e que se surpreende com o talento deles para as artes manuais. As crianças adoram fazer miniaturas em papel e apresentaram na exposição um pouco do que vem desenvolvendo nas salas de recursos multifuncionais da rede municipal de ensino.

“Os três eram muito pequenos, tinham dificuldade de falar e de aprendizagem. Fui em vários médicos até que o neurologista deu o laudo. Eles têm apoio pedagógico na sala de recurso da escola deles e a professora passa atividades individuais e as habilidades que eles têm para artes manuais até me surpreendem. Tô muito feliz”, disse.

Rede – Na capital paraense, a Prefeitura de Belém, por meio do Crie Gabriel Lima Mendes, atua com o Programa de Atendimento Educacional Especializado aos Transtornos do Espectro do Autista (Proatea), que atualmente atende 828 alunos com autismo, além de atender no contraturno em 68 salas de recursos multifuncionais distribuídas nas escolas municipais.

O programa busca o desenvolvimento do potencial do estudante, a partir de atividades lúdicas, da música, das artes cênicas e plásticas, além de atividades psicopedagógicas de linguagem, psicomotricidade, informática educativa e vivência sociais, favorecendo a inclusão em espaços, além da escola, como o Bosque Rodrigues Alves e o Museu Emílio Goeldi.

Outro atendimento é o serviço de acolhimento para as famílias, de forma multiprofissional e psicossocial, com assistente social e psicólogos, para que eles possam auxiliar os filhos e estimular a cognição, ou seja, a linguagem, além do assessoramento nas escolas da rede municipal. Todos os atendimentos contam com auxilio de estagiário.

“Estamos muito felizes em poder divulgar pra sociedade a importância do respeito à pessoa com autismo e valorizar esta data para pais que são incansáveis na luta pelas políticas públicas voltadas ao autismo. Hoje estamos reafirmando aqui o nosso compromisso em potencializar o processo de inclusão na ilha de Mosqueiro”, disse a coordenadora do Crie, Tatiana Maia. 

Neste domingo, 3, a programação chega à Praça do Horto Municipal, no bairro Batista Campos. O Programa

de Atendimento do Transtorno do Espectro do Autista (PROATEA/Crie) preparou diversas atividades lúdicas para a criançada e para as famílias. E nos dias 19 e 20 de abril, o Crie fará formação continuada na Faculdade Estácio com educadores da rede.

Texto: Tábita Oliveira

Fonte: Agência Belém/Foto: Tabita Oliveira

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