Milhares de devotos de Nossa Senhora de Nazaré tomaram às ruas de Belém, neste Círio 2021. Todo o percurso da tradicional romaria, saindo da catedral de Belém, na Cidade Velha, até a Avenida Nazaré, na Praça Santuário, em frente à Basílica Santuário, foi tomado pelos romeiros. Eram famílias, crianças, jovens e muitos grupos de orações de paróquias distintas da capital paraense. Cada um a seu modo, esteve nas ruas para agradecer, renovar a devoção e manter a tradição do Círio de Nazaré, que este ano completou 229 anos, com o tema: “O Evangelho da família na casa de Maria”. Uma missa solene celebrada na catedral da Sé iniciou a programação, neste domingo, 10, às 7h. A imagem de Nossa Senhora de Nazaré não saiu em procissão como de costume pelo segundo ano consecutivo, em função da pandemia. A imagem foi conduzida a um helicóptero e sobrevoo a capital paraense. A Esquadrilha da Fumaça, também se apresentou rapidamente ao público concentrado no corredor do Ver-o-Peso e subida da Avenida Presidente Vargas. Devoção – Por todo o percurso do Círio não faltaram orações e homenagens e, sobretudo, agradecimentos. O grupo de teatro do projeto Paixão de Cristo Canudos foi ao Círio para agradecer pela saúde do ator Carlos de Jesus, que foi vítima da COVID-19 e conseguiu a cura após fazer a promessa com Nossa Senhora de Nazaré. Ele carregou a cruz em todo o percurso do Círio. “E nós do projeto estamos aqui para apoiá-lo”, disse o coordenador do grupo, Aluízio Freitas. Todo o grupo estava usando a indumentária teatral. Outra família que estava agradecendo por graça alcançada e conduzindo uma imagem de Nossa Senhora era a do devoto André Magno Vilhena. “Graças a Nossa Senhora nossa família não perdeu ninguém nessa pandemia, ficamos doentes, sim, sendo a maior preocupação com meus avós idosos que não sofreram sequelas e estão saudáveis”, contou o rapaz que puxava as orações pelas famílias. “Vamos até Nazaré cumprir nossa promessa e agradecer a Nossa Senhora por mais um Círio”, destacou. Outro grupo animado na procissão era da paróquia de São Francisco de Assis (Capuchinhos). O jovem Dilson Junior disse que este foi o segundo ano do grupo nas ruas do Círio e trasladação. “A fé em Nossa Senhora é constante, o Círio é vivido os 365 dias do ano”, disse. Muitos outros promesseiros cumpriram o trajeto do Círio de joelhos. Mesmo sem a imagem de Nossa Senhora de Nazaré na berlinda não faltaram homenagens pelo percurso. No edifício Manuel Pinto da Silva, em frente à Praça da República, uma imagem de Dom Vicente Zico, que foi arcebispo emérito de Belém, foi colocada na janela do apartamento de onde ele assistiu ao Círio pela última vez e essa lembrança ficou para sempre na memória do povo e muitos devotos não contiveram as lágrimas. Também não faltou a tradicional queima de fogos na Estação das Docas e no mercado do Ver-o-Peso, que recebeu uma decoração especial. Os tradicionais brinquedos de miritis de Abaetetuba e balões coloridos deram o colorido especial à maior festa católica do Brasil. O 229º Círio de Nossa Senhora de Nazaré encerrou com a chegada da imagem de Nossa Senhora de Nazaré, sendo colocada na berlinda e cumprindo um rápido trajeto entre a área do parque até a Praça Santuário. O governador Helder Barbalho esteve presente na solenidade.
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