Dona Onete, relacionamento com marido a impediu de viver da música

Numa semana trágica em que uma jovem modelo na Cidade Nova 6 foi assassinada pelo seu ex-namorado. É inevitável que o assunto seja novamente colocado em pauta, pois, nem sempre, o abuso vem através da violência.

Em muitos casos a mulher passa a ser cerceada em seus direitos básicos. Ela não possui mais independência financeira, não consegue ir e vir porque tudo gera briga. E, em nome do amor, até porque foi ensinada que é necessário abrir mão de coisas para fazer o casamento dar certo e assim ela vai se anulando.

A história de Dona Onete é um exemplo da tentativa de se anular, por parte do homem, o talento de uma mulher. Ela foi professora de história, hoje aposentada. Natural de Igarapé-Miri. Num tempo do passado ocupou o cargo de Secretária de Cultura.

Certa vez, na rua de sua casa, deu uma palhinha num grupo de carimbó, e quando sua voz foi ouvida, muitos pensaram que se tratava de uma jovem. Mas Dona Onete já era idosa.

Durante muitos anos, Dona Onete foi tolhida em sua carreira profissional. Casada durante 25 anos, ela diz que o marido ao invés de incentivá-la a jogava para o fundo do poço e a não valorizava. Por outro lado, ela tinha medo de sair do relacionamento, pelos filhos.

Porém, no momento em que já atuava como professora e com um salário que dava para se manter sozinha decidiu que já era hora de sair daquele relacionamento abusivo, pois muitas pessoas para falar com ela precisavam pedir licença pra ele.

No segundo casamento, Dona Onete teve o apoio que precisava, mas ele faleceu em 2011. A trajetória de sucesso começou em 2012, com a gravação do primeiro disco.

Atualmente, Dona Onete gira o mundo cantando e mostrando seu talento. Mas, diga-se, a carreira artística começou depois dos 70 anos.. O seu sonho sempre foi viver da música.